13 07 Ontem o Passos tirou a máscara
Ontem o Passos tirou a máscara
Não foi por acaso que o Passos Coelho abriu a reunião do partido à comunicação social. O homem depois do jeito do partido da Melancia, estava eufórico e resolveu espingardear em público. Fez-me lembrar o discurso de uma antigo primeiro ministro em Almada há uns bons anos atrás, o estilo é diferente, menos arrebatado, mais calculista, mas a substancia da mensagem é a mesma, ou ele ou o caos.
Depois de à tarde ter dito que os países do norte não iriam pagar as nossas contas, sem questionar se as mesmas estão corretas na sua origem, nos impactos diferentes que a politica de gestão do Euro têm nas diferentes economias, na politica comercial europeia de abertura a tudo o que sejam importações, dos impactos das diversas politicas comunitárias (não se esqueça a prioridade que foi dada às redes transeuropeias, os fundos transferidos pela PAC, o cheque britânico…) , disso não falou, é a realidade!
Sim é a realidade da doutrina dominante, que pensa que a competitividade se ganha pela redução dos salários, os custos unitários de trabalho que estão a descer, como ainda ontem se vangloriava a Frau Merkle, dizendo que a Europa estava a entrar nos eixos. Pobres de espirito que não vêm as implicações que a retração do consumo europeu está a acarretar à Economia Mundial!
O homem à noite voltou a repisar o argumento estafado que os portugueses estavam a viver acima das suas possibilidades e como tal têm de ser penalizados, não todos, pois há muitos que ficam de fora, mas isso a ele não importa…
Repare-se que a questão do desemprego, da fome, das falências, isso não lhe diz respeito, à americana considerará efeitos colaterais…
Mas o que mais nos revoltou foi a descrição do que se passa na Grécia, ao jeito de dizer:
- Vêm, aqueles meninos são mal comportados, tiveram um segundo resgate, e olhem o que estão a sofrer, bem feito, eu não quero ser como esses meninos, e o que lá se passa não me diz respeito, eles merecem castigo e eu estou fora!
Outra posição é dizer que não há ideologia por trás daquilo que se está a verificar, a realidade é esta, e contra factos não há argumentos. Temos de fazer o que nos mandam, ainda que isso represente dar o passo em frente quando já estamos na ponta do abismo!
Ele e a sua ministra das finanças, contrariamente ao que escreveu o guru Vítor Gaspar, não admitem erros nas politicas que têm imposto aos portugueses, está tudo certo… Fazemos o que nos mandam, e se outros querem que negociemos, tudo bem… desde que não seja posta em causa esta realidade!
Depois de alguns sinais ténues que podem querer dizer que a situação não é tão negra como possa parecer, começou a embandeirar em arco, não contando a história toda, pois nela não foi considerado o impacto dos 4,7 mil milhões de cortes que estão ainda por fazer na despesa e que acordou com a Troika… Sim, aquilo que ele chama reforma do Estado, e que tal como os swaps só se lembrou dois anos após estar em funções, e dois anos após ter afundado a Economia com impostos!
Depois deixou um recado ao Cavaco; que é isso de antecipar as eleições? Eu não me demito e vou levar a legislatura até ao fim, pois como ainda hoje se viu tenho uma maioria sólida no parlamento. Nem uma palavra para o fungagá da demissão do Portas e da carta do Gaspar!
Perante isto o que faz o Seguro? Figura de Tótó que é o que ele é. Infelizmente a alternativa em Portugal não existe!
E o Cavaco como é que fica? Vai desdizer-se e apontar a culpa aos partidos que não se entenderam? Vai convocar eleições de imediato? Vai empossar o Paulinho como chefe executivo do governo?
A novela segue dentro de momentos…