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Novelos e Novelas - Du Arte

Novelos e Novelas - Du Arte

26
Mai17

17 05 Carta aberta ao Armado Cardos

Artur Duarte

Carta aberta ao Armado Cardos

Caro Armado Cardos

Sei que o meu amigo tem um negócio e como qualquer empresário que se preze,  tem de o levar para a frente custe o que custar.

Se bem entendo o seu negócio é granjear clientes interessados em verem aumentados os seus salários e trabalharem quanto menos melhor. Não o quero ofender dizendo isto, pois esses objetivos são humanos e perfeitamente compreensíveis.

Dito isto assim, caríssimo, o senhor terá tanto mais sucesso quantos mais forem os seus clientes, não só pelas quotas que pagam, mas também pelo efeito mobilizador junto de outros que ainda não pertencendo à sua carteira o possam vir a fazer.

Vai daí o seu papel será o de obter para o seu cartel as maiores vantagens possíveis, ora negociando, ora tomando posições de força que levam os seus interlocutores a aceitarem as suas exigências.

Só que estas, desculpe dizer-lhe não raras vezes são cegas, pois o senhor e alguns dos seus braços direitos, como a menina Aninhas Papoila e o Mago Nojeira, não entendem uma coisa simples, para distribuir seja o que for é preciso que exista o que repartir, senão pode fazer com que muitos dos seus clientes percam o emprego e vai daí deixam de recorrer aos seus prestimosos serviços. Bem sei que pouco se importa com os que não estão empregados, ou mesmo com aqueles que não prestando serviços ao Estado, não se sentem tão à vontade para entrar nas vossas lutas… mas olhe que isso não é inteligente, quantas mais pessoas tiverem ocupação, maior é o seu campo de recrutamento de clientes.

Depois, deixe-me dizer-lhe, os senhores comportam-se como aqueles que vendo uma camisa lavada, ou o farnel um pouco mais nutrido do vizinho, logo reivindicam para si iguais preparos. Aconselho-os que tenham calma, peçam o que for possível, pois os impossíveis são demasiado caros e os milagres só em Fátima, e não sei se não fechou para obras.

Mas também entendo que só o barulho muitas vezes vos faz notados e serve como um certificado de existência, mas não queira ir pelo caminho mais fácil arregimentando aqueles que estão sempre disponíveis para atender às vossas solicitações, porque não tenta também aqueles que não são tão reivindicativos quanto os que vivem debaixo do guarda chuva do Estado. Por ter medo? Ou porque sabem que aí o conforto não é tanto e se as coisas correrem mal, os desgraçados receiam ir engrossar o regimento daqueles que não serão tão cedo vossos clientes.

Bem sei, que inteligente como é, tenta enfiar o máximos de pessoas nas vossas lojas bandeira, mas atenção que aí também há limites e se as quebra a coisa pode dar para o torto.

Depois, sabe, há muitas pessoas que ficam chateadas por os filhos não terem escola, pelos blocos operatórios não funcionarem, pelos transportes não os levarem onde precisam, e se a coisa acontece uma vez por outra, paciência… é o vosso trabalho, mas se começa a ser um hábito, a popularidade da sua empresa esvai-se.

Oh homem tome uns xanaxes, mantenha-se calmo, faça as contas bem feitas com a arte do possível e já agora diga à Aninhas Papoila que faça o favor de me dispensar da tortura de a ver frequentemente nos noticiários matinais.

18
Abr17

1704 JMT A Justiça e o jornalismo

Artur Duarte

João Miguel Tavares

A Justiça e o jornalismo

Hoje na sua crónica habitual no Público JMT discorre a propósito de uma entrevista de Dias Loureiro, sobre a justiça e o jornalismo, insinuando que o facto de a entrevista de Dias Loureiro ao DN só ter sido possível pelo facto de Proença de Carvalho (o advogado do arguido agora ilibado) ser presidente da empresa proprietária desse periódico.

Mas mais, insinua que as criticas do colonista do DN, Pedro Marques Lopes e o subdiretor da TSF, Anselmo Crespo, ao despacho do MP que iliba Dias Loureiro por falta de provas, embora mantendo a convicção que o homem é culpado, fundam-se na mesma razão, o facto de Proença de Carvalho ser presidente da Global Média… são pois, todos uns vendidos!

Como não podia deixar de ser, tinha de haver uma referencia ao seu inimigo de estimação, o José Sócrates… e a todos os colunistas que se insurgem contra a demora em acusar o antigo primeiro ministro. Para JMT isso é normal e com toda a certeza para ele, bastaria os indícios publicados no Correio da Manhã para condenar o homem ao degredo ou em alternativa à pena capital, como muito bem defende esse democrata impoluto chamado Erdogan.

Critica veementemente aqueles que não concordam com a inversão do ónus da prova no enriquecimento ilícito, na não introdução da delação premiada (mas não será isso que o MP concedeu ao Bataglia?), com a simplificação de prova em casos de corrupção (induzo que para JMT, bastaria que o procuradores Rosário ou a  Cláudia Porto tivessem a convicção da culpabilidade dos arguidos para que os mesmos fossem condenados), na demora das investigações e nas fugas ao segredo de justiça, escarrapachadas nas primeiras páginas dos órgãos de informação convenientes. Isso sim, era uma Justiça honesta. Institucionalizava-se uma nova forma de bufaria e as condenações seguiam os critérios do Correio da Manhã e outras publicações sérias, pois pelo visto os que não estão de acordo com o JMT são todos uma cambada de corruptos.

Podemos ter sérias suspeitas sobre o comportamento do Dias Loureiro, do Sócrates, do Vara e tantos outros, mas isso não nos dá o direito que os condenemos na praça publica, que emporcalhemos os seus nomes durante anos e anos, e que se demore tempos infindáveis em investigações que muitas vezes dão em nada, só um tribunal que se pronuncie e condene com base em provas irrefutáveis pode desempenhar esse papel.

Portanto meu caro JMT, se a sua visão sobre o que é a Justiça é a que avoga neste artigo, admito poder aos seus olhos, ser cúmplice daquilo que designa ser o estado moralmente miserável em que nos encontramos. Mas também lhe digo que não aceito que, negando os bons princípios do direito, não haja o risco de se cometer barbaridades, mais parece-me que o inverso é mais plausível.

10
Abr17

1704 Carta para a menina Cantarinha

Artur Duarte

Para:

Menina Cantarinha Martinha

Em parte, incerta

Tugalândia

 

 

Lismoira, 10 de Abril do ano sem graça de 2017

 

Menina,

Antes do mais deixe-me dizer-lhe quão aprecio a sua performance no seu novo papel de estadista.

Acho que o Blogue melhorou muito desde que a menina assumiu o cargo de patroa única, a sua mensagem, embora não defira em muito com a do camarada Gironove, passa muito melhor, o que não é de estranhar, dada a sua costela de artista.

Digo-lhe sinceramente que gostava de viver num país que idealiza,

- Trabalhar, apenas 30 a 35 horas por semana,

- Poder reformar-se talvez aos 50 anos (não percebi se é essa a idade, mas presumo que sim…),

- Ter um mês inteirinho de férias, mas não Fevereiro (tem poucos dias), Julho e Agosto está bem, 31!

- Introduzir mais dois feriados no calendário, o 25 de Outubro (dia dos meus anos) e o 13 de Maio (todos os anos em que o papa não venha a Fátima).

- A segunda e terça feiras de carnaval serão consideradas feriados por usucapião,

- Instituir como feriado o dia de anos do próprio, os anos dos ascendentes, descendentes, companheiros, companheiras e porque não, o dos amigos chegados,

- Dois anos de licença de maternidade e paternidade, pagos pelos patrões capitalistas, ou pelo Estado explorador,

- Um país sem desemprego, onde todos os excedentários iriam trabalhar para o Estado, acabando dessa forma, com a precaridade e a exploração.

- Um salário mínimo indexado (pelo menos 10%, o ideal já sei que me vai dizer, seria 12,5%...) ao vencimento ilíquido e bónus do Mais Xia

- Os bancos nacionalizados e capitalizados com dinheiro público,

- Os transportes públicos seriam tendencialmente de borla, tendo o desconto de cartão jovem validade até aos 40 anos e para os idosos contariam a partir dos 50 anos e três meses (um preciosismo),

- Na educação deixava de ser obrigatório pagar propinas, os livros passavam a ser de bola e davam uma lousa a cada aluno, para fazer os deveres,

- os exames, fomentadores do individualismo, seriam  abolidos em todas as escolas

 - Todos os Anos os funcionários públicos veriam a sua categoria subir um escalão, e quando atingissem o topo, passado um ano seriam reformados com o salário por inteiro.

- A cultura seria grátis e os artistas seriam como a menina, pagos pelo Estado.

- Os financiadores da república seriam proibidos de cobrar juros, e os empréstimos seriam feitos a perder de vista,

Bem sei que vai ter grandes dificuldades em convencer os teimosos do Tostas e do Sem Tino, sempre amarrados a compromissos com o grande capital estrangeiro (citação do Gironove), para a bondade e exequibilidade das suas propostas, mas vale a pena tentar, senão questiono, porque não põe a fasquia mais alta e não se transforma numa Tripas tugalesa?

Já viu, a Cantarinha a primeira ministra, a Maresia a presidenta, a mana Morte e Água a ministra das Finanças, a Aninhas Papoila do Sindicato como ministra do Trabalho e o Nogeira na Educação! O paraíso na terra.

Não se esqueça de explicar onde e como vai buscar o carcanhol, será que os investidores na nossa divida pública, com as novas condições, vão continuar a financiar? Já sabe que tem de excluir a hipótese de recorrer às nossas imensas reservas de petróleo, já que por força do impacto ambiental a sua exploração está proibida; nem às jazidas de ouro e diamantes de Trás-os- Montes.

Esperando que a minha epístola possa merecer o interesseiro da menina, subscrevo-me do alto da minha consideração e estima,

 

Eça Valente Piçarra

10
Abr17

1704 Carta ao Ex-1º Patos Fedelho

Artur Duarte

Para,

Ex-Primeiro

Patos Fedelho

Palácio das Lapas

Lismoira

 

Caro, ou caríssimo, conforme a avaliação que cada um fizer da sua performance enquanto primeiro, excluo a hipótese de barato por uma questão de justiça,

 

Tenho ouvido atentamente os seus comentários ao que se vai passando aqui pelo burgo. Se estivesse ausente do país como muitos dos piegas que Vossa Excelência fez o favor de despachar para a estranja, diria ao ouvi-lo que estaríamos numa situação deplorável, angustiante, quiçá próxima de uma guerra civil. Tudo corre mal, e o pecado original não derivou com certeza de qualquer maçã que a Lulu Alvo Queca o tenha obrigado a trincar, mas do malfadado Tostas, emissário do Mafarrico que em pouco tempo destruiu o Éden que minuciosa e eficazmente tentou construir durante quase um lustro.

Compreendo a sua angustia e eventual azia provocada por uma qualquer “Úrsula” do Bloco que lhe tenha dado cabo dos estomago, mas caramba há coisas que carecem de algumas explicações, que o senhor ou o seu ajudante Montetrengo, têm insistentemente vindo a solicitar, pois certamente, pretende relembrar alguns assuntos, que possam ter sido limpos da sua memória pela menina Amnésia, uma tipa que pelos vistos o faz perder a cabeça.

Vem isto a propósito do Mocho Novo, que foi doado pelos Geringonços à Estrela Luar, súbditos do Danado Trampa. Essa doação, cujo embrulho (ou embrulhada?) contém, além dos bens do Balanço, um voucher de gastos até 3,9 mil milhões de aéreos (tantos zeros!) que os felizardos podem utilizar em qualquer estabelecimento do Estado a que nós chegámos – ah! E não deram tudo! Reservaram 25% para um eventual folar de uma próxima Páscoa.... Realmente, são uns verdadeiros incompetentes, pois por aquilo que percebi, aquilo que o meu amigo queria era que despachassem tudo, deixando de apadrinhar a instituição! Não diz qual seria a sua alternativa, que presumo não deve ser idêntica à apresentada pela Cantarinha e pelo Gironove, mas fico na dúvida.

Mas caríssimo (vai ver que tenho razão) senhor, se deixar de se enrolar com a menina Amnésia, recordar-se-á, que quando o seu governo, com a prestimosa colaboração do Carlitos Costas Largas, tomou a decisão de solucionar (sinónimo de resolver) a questão da Caixa dos Espíritos, conta a lenda que mandaram toda a caca da defunta instituição para um Mocho cheio de caruncho ( em muito mau estado), e o presunto, os bifes e os “xóriços”, foram integrados numa nova instituição o Mocho Novo, que além de ficar só com carne da perna tinha a gestão do negócio… Para gerir chamaram um estrangeirado, o Escroque da Unha, ultracompetente, da linha e estirpe do Tony Corta Ozono, que fez o favor de sair do Bresite para nos vir aturar. Portanto nada fazia prever , que o coiso em tão conceituadas mãos, viesse a correr mal… contudo, confesso que fiquei com alguma comichão, talvez provocada por uma pulguita, que inviabilizou, ainda durante o seu consulado, a venda promovida na altura pelo seu secretário para as pechinchas, o Serginho Matreiro. Presumo que tenha sido um percevejo, que motivou aquela necessidade do Carlitos Costas Largas, ferrar o calote aos ditos investidores institucionais, remetendo para a sargeta (leia-se Mocho Carunchoso) mais de 2.000 milhões de papel, é obra! Se o Mocho era tão bom, não aguentava com esse encargo, a uns senhores institucionais – gente importante, de alta catagarice, que não convinha hostilizar, foi uma maçada algo não estaria a correr como o programado nas folhas do Excel… consta que os senhores Institucionais ficaram muito zangados, mas com toda a certeza a culpa foi dos geringonços!

Falhada que foi a primeira tentativa de se ver livre deste assunto tão desagradável, felizmente o Costas Largas, teve o bom senso de não deixar o Serginho Matreiro no desemprego e vai daí nomeou-o como impingidor do Mocho Novo, agora a soldo do Banco da Tugalandia; foi um certificado de garantia que as coisas não iriam correr bem!

Ainda estou para perceber porque é que o Mocho Novo não vale hoje pelo menos os 3,9 mil milhões que o meu caríssimo amigo lá pôs, mais os 900 milhões dos outros mochos, que raio de calamidade terá limpo tanta massa em poucos meses? Será que o Mocho Novo seria tão bom como o cantaram? Já sei que escuso de lhe perguntar, pois por força do “delite” da menina Amnésia, estes acontecimentos devem ter-se apagado da sua memória, e depois, sei que o meu amigo sempre deu pouca importância ao assunto, como aliás referiu a sua amiga Sonsinha Tristes, como diria o Ai Jasus, essas minudencias eram pinotes para Vossa Excelência… e como eram os mochos a pagar, a coisa passava-lhe ao lado, isto, apesar de ter sido o seu governo a adiantar a maior parte da massa, coisa pouca, pois vendeu o crédito bem vendido, só que pelos vistos os clientes não estão muito a fim de pagar, o negócio foi ótimo, só que os clientes aproveitaram-se da situação (sei que releva o facto de a sua saída do posto, ter ajudado ao golpe!) para ferrar o calote, e como quem vem atrás fecha a porta a culpa é dos geringonços.

Ás minhas recomendações à menina Amnésia, do sempre ao seu dispor,

Eça Valente Piçarra

10
Abr17

1704 O cão didático ao Porto

Artur Duarte

O cão didático ao Porto

Já atrasados para a cerimónia da apresentação do candidato a maior do Porto, o Patos Fedelho voava sentado no banco de trás, habituou-se de tal forma quando era primeiro que agora não quer outra coisa, quase sempre com de costume agarrado ao telélé, ia, de onde a onde, comentando com o “chauffeur”, uma ou outra incidência da viagem, ou soltava algum comentário relativamente aos seus adversários, quer externos quer internos.

- Bem, tenho de ligar para o Morcão Antonho, para ver se ele me dá umas dicas sobre o que dizer na cerimónia. Não conheço minimamente o Avaro dos Prantos Alpeida, e preciso de saber o que ele pode trazer de novo para o debate citadino. Confesso, caro Midões (o motorista), desde que deixei de ser primeiro, deixei de receber, porque não ma dão, muita informação relevante, parece que anda por aí muita gente com vontade de me fazer a folha.

Dito isto pegou no sei Ai-Phode, e ligou ao Morcão.

- Estou Morcão, aqui é o Patos Fedelho,

- Já deu para perceber, respondeu secamente o Morcão Antonho:

- Ora diga lá o que quer de mim…

- Olhe estou a pedir-lhe ajuda, como um homem do Norte normalmente bem informado… sabe vou para a cerimónia de apresentação do nosso candidato ao Porto e gostava de saber o que posso dizer para apoiar o homem…

- Talvez se se mantiver calado, possa ajudar.

A chamada não estava boa, pelo que o Patos Fedelho não entendeu bem a resposta…

- Disse o quê?

Embarrilado no transito, o Morcão respondeu…

- Está tudo parado!

Em face do que julgou ser a resposta, o Patos Fedelho apressou-se a agradecer, desligar e comentou com o Midões,

- Este Morcão é muito perspicaz… já sei o que vou dizer; no Porto está tudo parado, a presidência do Roi Toupeira, tem sido um desastre para a cidade, limita-se a gerir o que o Roi Pio lhe deixou, é como o Partido da Xuxa, uma cigarra… Ai se ainda fosse primeiro!

- Midões liga para o partido e pede que convoquem o Pio para a cerimónia, vou entalá-lo! Vai sentar-se aqui à direita de Deus pai, a apoiar o meu cão didático…

 

22
Mar17

17 03 Está desvendado o mistério

Artur Duarte

Está desvendado o mistério.

O Doissepum tinha razão, o dinheiro do resgate para a Tugalandia destinou-se a cobrir os desmandos dos Tugaleses com as mulheres.

Segundo antecipou o Carteiro Matinal, tomando por amostra o Zé Trocas que segundo o insuspeito matutino, alimentava simultaneamente 5 mulheres, ouviram e viram bem CINCO!!! Não é coisa pouca… mas é o que temos!

Ora foi pois baseado nesta insuspeita informação, que o Mestre Doissepum extrapolou os custos dos nosso excessos; tomou o Trocas como exemplo e amostra média de cada tugalês, ora sendo ele macho e havendo aproximadamente 5 milhões de tugaleses na mesma condição de género foi fácil chegar à conclusão que esses 5 milhões tivessem de suportar 25 milhões de mulheres. Chegado aqui o nosso mestre quiçá com a ajuda da Lulu Alvo Queca, atribuiu um custo unitário de 3000 aéreos por mulher, o que multiplicado pelas beneficiárias dá 75.000 milhões, que os contribuintes do Norte tiveram de nos emprestar. Os restantes 3.000 milhões foram de certeza para copos…

21
Mar17

17 03 A DIFICIL PARIDURA

Artur Duarte

A DIFICIL PARIDURA

Avizinham-se a passos (desculpem o pleonasmo, mas é assim que se diz) largos as eleições autárquicas.

Depois de ter feito perder a paciência dos residentes e visitantes de Lismoira, com as suas obras, buracos, tapumes, ruas mal alcatroadas, falta de estacionamento, contributos cobrados pelos diligentes colaboradores da É Mel, parecia estar a tenda devidamente armada para o Nandito Merdinha fosse corrido da presidência, deitando fora o presente que lhe havia sido oferta…dado pelo Tono Tostas… parecia que, para os lados dos apaniguados do Patos Fedelho eram favas contadas (não confundir com a outra Fava, essa pelos vistos era rica…).

Perfilava-se a possibilidade do Petrus Sengana Copos ir a jogo, era uma cara conhecida, bem-falante e embora não gostasse de ir às mesmas missas do Patos Fedelho, servia para reconquistar a cidadela. Só que o Tono Tostas é um espertalhão, e vai daí como é um ser misericordioso resolveu oferecer ao protocandidato a prorrogação do contrato com a Casa Santa em tais condições que o convenceu a não arriscar uma sempre incerta eleição.

Gorada esta hipótese estou certo que se apresentaram dúzias de alternativas, umas melhores que as outras, só que, por isto ou por aquilo nenhuma se confirmou. Quiçá a mais forte e emblemática seria a cândida dura da Lulu Alva Queque, prestigiada financeira da praça, com uma aureola de competente, infelizmente a noção que passa é só a aureola, porque pelo resto a coisa parece que empanca na falta de conhecimentos, só que avaliada pelo Patos e Miquelino das Trevas, ao tempo influente personagem no partido das Laranjas, a coisa passou com a diz tenção de quem não havendo melhor ia servindo os propósitos da companhia. Só que o risco de levar uma abada do Merdinha levou-a a panicar (leia-se ficar em pânico) pelo que, com muita pena do Patos Fedelho gorou-se mais esta alternativa.

Encostado à parede da impossibilidade de encontrar alguém que personificasse o projecto do diabo, em tons laranja, e ficando fora de hipótese qualquer apoio à menina Sonsinha Tristes, que aliás, ultimamente se anda a portar muito mal no recreio, restou-lhe o ombro amigo da Tia Tesa Pedal Codelha, que numa autentica acção kamikaze resolveu aceitar enfrentar o Nandito Merdinha, tendo este o apoio não declarado da Sonsinha Tristes, ávida que está de ultrapassar a tia Tesa pela direita!

 

21
Mar17

17 03 O LIVRO SALVADOR

Artur Duarte

O LIVRO SALVADOR

Naquele tempo estava a Mania Q Vácua a engomar a faixa da comenda acabada de receber do Prof. Martelo, por méritos quiçá desconhecidos do grande e pequeno público, mas seguramente meritórios, pelo menos pelos padrões de avaliação da atribuição aqui pelo burgo desses agraciamentos, quando foi interpelada pelo Anababo Q Vácuo, que sentado à escrivaninha, fazia contas e contas, ainda com a sua VELHA calculadora Texas Instrumentos, adquirida nos tempos da sua passagem pelo “Iu Key”, nos idos anos setenta do seculo passado…;

- Mania, estou a chegar á conclusão que mesmo com a reforma e as pensões que recebemos, o dinheiro está a ficar curto para as nossas precisões. Sabes habituámo-nos a parâmetros de vida nada consentâneos com a humildade das nossas origens de Belisqueime e agora é difícil encaixar todas as despesas nas nossas parcas receitas… Eu bem tinha avisado em tempos, mas não fui compreendido, foi mais um atestado à minha fibra (ose) de presidente, infelizmente!

-  Mas está assim tão mal, Nabinho? - questionou a Mania,

- Está, e sem os conselhos avisados do Zeca Olival da Bosta (o Diabo, para os amigos), não sei como fazer reproduzir as nossas poupanças a taxas decentes…

- Mas não podes contactá-lo? Não será que ele conhece outro Bêpênê, onde possamos encaixar uns cobres…? Ainda no outro dia a Paitricinha me falou nisso, queria ajudar o Monte Zinho, o nosso genro, que passa por algumas dificuldades e não sabia onde multiplicar as poupanças, não será que devias falar com o homem? Ou então o nosso amigo O Pias Lameiro, ele tem bons “conequetes”, não tem?

- Oh, Mulher de Deus e o Diabo, esses agora não servem, estão na lista negra, são uma espécie de “ofechores”, descobertos e agora sem serventia… Têm de estar caladinhos e nós os puros, quanto mais longe deles, melhor…

- Então isso quer dizer que já não podemos ir para a praia da Codelha?

-Podemos, se alguém se tiver de retirar são eles e não nós, os que ficámos do lado certo da História…

- Mas por falar em História porque não vendes mais livros? Porque não dás conferencias como o Turrão Baboso? Sempre ajudava ao orçamento…

- Quanto a conferencias, por estranho que pareça ninguém me quer ouvir, nem de graça quanto mais a pagar… é uma injustiça que fazem a um homem experiente como eu, mas que fazer? E como vou vender mais livros? Será que a seguir às quintas feiras tenho de escrever o que se passou às sextas? Sabes, sendo eu tão “meti-cu-lô-zu” na explanação das minhas considerações, e no rigor quase cientifico com que me dedico à escrita, não sei se terei tempo para outras criações… Poderia escrever um manifesto Anti-Trocas, que te parece?

- Para isso o livro das quintas já serve e é suficiente, trataste-o abaixo de cão três riscos. O que deves é potenciar as vendas deste manifesto… o das quintas. Promove o livro, dá entrevistas, fala sobre o que nele está escrito, deixa antever os pormenores escabrosos que ele contém, mas cita tudo pela rama, pois quando alguém te pedir detalhes, manda-os comprar o livro… assim ajuda-os no cultivo do intelecto (que pretensiosismo!) e sempre ficam a contribuir para o nosso orçamento

- Estou a ver… não sei o que seria de mim sem ti, vou já ligar para o Púdico e a Ré que Te Pariu, e marcar as entrevistas…

Beijou candidamente a mão da Mania e acabou a cantarolar a Tia Anica…

CONSTA QUE DEEPOIS DESTA CONVERSA O ANABABO Q VÁCUO CONSEGUIU QUE O LIVRO QUE ESCREVEU, MAL GRADO A SUA QUESTIONÁVEL QUALIDADE COMEÇOU A VENDER TÂO BEM, QUE JÁ ESTÁ A PENSAR COMPRAR PARA A FAMÍLIA OUTRA ARENA DO MEU.

OBRERVAÇÃO: NÃO É DO NOSSO CONHECIMENTO QUALQUER COLABORAÇÃPO DO GRUPO DA MADALENA NAS VENDAS DA OBRA.

09
Mar17

15 02 O Q Vácuo e o CDT (Culpado Disto Tudo)

Artur Duarte

O Q Vácuo e o CDT (Culpado Disto Tudo)

Em Maio o Presidente Q Vácuo – o Imóvel, recebeu o até então DDT agora CDT – um downgrade da agencia de notação publica…

Pelas informações privilegiadas e altamente confidencial que recebemos dos Belenenses, não consta que a audiência tenha versado sobre o Grupo da Enrascada Santíssima nem tão pouco sobre a Caixa dos Espíritos. Pelo que soubemos, falaram sobre o filme “O voo do dinheiro no triangulo das Bermudas”, e o DDT deu conta das suas aventuras fluviais em rios de forte caudal, aproveitou ainda o visitante para endereçar os cumprimentos e recomendações do amigalhaço comum, Edu dos Tantos Pecados, e à saída o DDT presenteou a Q Baca com uns docinhos acabados de sair do forno das manas da linha, consta até que o Q Vácuo, guloso, abarbatou-se de imediato a dois scones recheados de geleia de framboesa, que lhe escorreu pela gravata. Esta é a versão oficial que dispensamos de duvidar.

Sobre assuntos de Estado, o Q Vácuo como grande institucionalista que é, fala apenas com entidades oficiais.

Como havia uns rumores de haver fortes problemas no Grupo da Enrascada Santíssima que podia afetar a Caixa dos Espíritos, o Q Vácuo falou com o Governador  Costas Largas, com a Lulu Alva Queca e até com o Patos Fedelho que o tranquilizaram, não havia problemas de maior na Casa dos Espíritos, embora fosse conhecido que o Grupo estava a passar por uma grande enrascada, seguro com estas informações fide mas quiçá pouco dignas,    absteve-se de comentar a questão na tal audiência de Maio… Mais uma vez , esta é a versão oficial!

De peito feito, o bom do Imóvel, sabendo que a Caixa dos Espíritos ia aumentar o capital, um pouco mais de mil milhões de aéreos , coisa pouca, deu-lhe para botar faladura no intuito de tranquilizar os mercados…

Ponderou o que dizer, e como bom covarde, lá se escudou no discurso dos Costas Largas para dizer que não havia problemas na Caixa dos Espíritos que teria mais que uma almofada, um autentico travesseiro, que suportava a enrascada do Grupo das Enrascadas Santíssimas.

Tranquilos, pela mensagem mobilizadora do Imóvel, passe a contradição, milhares de papalvos acorreram a meter dinheiro no caixa da Caixa dos Espíritos.

Como é do conhecimento geral, a coisa deu para o torto e esse dinheiro esfumou-se em pouco mais de um mês…

O Imóvel tentou tanto quanto possível passar despercebido… isso não era um problema seu, pois tem por norma só investir em Bancos que lhe deem bom retorno, como o dos seus antigos colegas de governação. Só que entretanto o DDT agora CDT tornou publica a reunião de Maio, obviamente que não esclareceu o conteúdo da conversa, nem falou dos doces das manas, isto é conversa privada que como o segredo de justiça não sai de quatro paredes, mas pelos vistos salta pela janela. Mais, o Imóvel prolifero em dar audiências, - coisa chata!, tem por norma não as publicitar, pelo que não contava que o Rico-Aço Salmoura, viesse dizer que foi recebido por sua Excelência, vai daí, logo uns mal intencionados que têm a mania da matemática e costumam saber somar dois mais dois… chegaram à conclusão que o resultado batia chapado na cara do Q Vácuo!

O homem impoluto, num pedestal onde se pretende manter acima de qualquer suspeita irritou-se, e fazendo cara feia, ele que até se acha um bonitão, resolveu zurzir contra aqueles que lhe chaparam na cara a sua contradição. Tememos que no fim venha a ter um chelique, assim a modos daquele que o atormentou no dia da raça!

09
Mar17

14 11 A Sabotagem

Artur Duarte

A Sabotagem

O Non Tires de Cima estava sentado a um canto da tasca do Vasqueiro, um zarolho de Termosinho de Cima que há muitos anos emigrou para a capital, onde instalou uma casa de pasto muito frequentada por eminentes cavalgaduras da nossa praça. Já havia bebido duas “mines” de Super Bob, que segundo ele tinham o condão de lhe afiar e espaçar a voz. Desde que passou uns anos no Norte não abdicava desta prática, principalmente quando estava “nervosento”. À sexta “mine” parecia que a sua imaginação voava e tornava-se muito criativo…

Estava ainda absorto com a recordação da última passagem pelo parlamento, onde deu cabo, com muita piada, dos pregos do Tostas, quando entrou a sua colega, Peixeira de Truz… que avistando-o de imediato se dirigiu à sua mesa.

- Olá Peixeira, a menina está bem?

- Oh sr. Vasqueiro pode trazer o meu chá matinal, se faz favor… - a sede era tanta que nem deu tempo para responder ao Nónó, como carinhosamente tratava o colega.

Ajeitou as melenas da testa, bem grudadas á pele, e ripostou:

- Olá Nónó, não estou lá muito bem…

- Ora, ora, o que te preocupa Pázinha? Questionou fininho o Tires de Cima

- Parece que a história da sabotagem do Estado do Sitio, não pegou – respondeu baixinho a Peixeira de Truz,

- O quê? – perguntou em voz alta o Nónó

- Com este vasqueiro não se ouve nada – gritou a Peixeira, assim a modos como se estivesse a apregoar carapau…

- A menina lá por ser gente fina de Lisboa, não deve trocar os bês pelo vês, não é vasqueiro é basqueiro!

Entretanto o Vasqueiro pensando que a discussão tinha a ver com o atraso em satisfazer o pedido da Peixeira de Truz  apressou-se a trazer o bule de chá alvarinho branco e a chávena respetiva, e mais uma “mine” para o cliente habitual…

De imediato a Peixeira com ares de grande senhora verteu algum do precioso liquido na chávena, que sorveu em dois goles, o Tires sequioso como estava nem se deu ao luxo de usar o copo, pegou na garrafa da “mine” e zás, aí vai disto… de penalty e tudo!

- É a mesma coisa, tanto se me dá vasqueiro como basqueiro depois de dois chazinhos nem dá para notar a diferença… mas como lhe ia dizendo a Traques Viral mandou arquivar o processo contra os tipos da judite, assim lá se foi a nossa tese de sabotagem ao Estado do Sitio.

- Oh que maçada! Mas era uma coisa esperada… convenhamos que a história era um bocado macaca…

- Bem sei, mas julgava que colava. Assim como a minha madeixa…

Continuaram por mais algum tempo nesta discussão, até emborcarem a meia dúzia de “mines” e dois bulezinhos de chá!

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